segunda-feira, 31 de março de 2008

O sorriso de Monalisa


O Sorriso de Monalisa


Pequeno
Furtivo
Silencioso
algo zombateiro
Guarda um segredo
O da dúvida:
Se é amor
Ou pena
Se é desejo
Ou chatice
Apenas
Um sorriso
Deixando
No ar
A brejeirice

Violetta

Cochichos


Cochichos

Ficam elas
Alheias a tudo
Rindo de todos
A cochichar
Segredos
Dos moços
Que vivem
A sonhar
Cochicham elas
Enquanto
A passos
Miúdos
Percorrem
As calçadas
Da rua ensolarada
zombando dos bobos
Que por ali seguem
Sem perceber
Que dos lábios
Delas saem
Libidinosas
Palavras
Evocando
Deliciosos
Prazeres

Violetta

Coração Aflito


Coração aflito

Bate ardendo
No peito
Pulsando
Ansiedade
Medo
E amor
Bate
Apressado
Aflito
Aguardando
O retorno
Do sorriso
Amado
Da voz
Querida
Dos olhos
Cheios
De ternura
Do filho
Querido
Este coração
De mãe

Violetta

sábado, 29 de março de 2008

Louco amor!


Louco amor!

Podes seguir sem mim
Estarei nos teus passos
Podes sorrir sem mim
Estarei nos teus lábios
Podes amar sem mim
Estarei nos teus pensamentos
Podes me rejeitar
Estarei sempre no teu olhar
Porque assim meu amor
Serás sempre meu
Neste louco amor meu.
Violetta

Beija


Beija-mas bem!... Que fantasia louca
Guardar assim, fechados, nestas mãos,
Os beijos que sonhei pra minha boca!...

Florbela Espanca

Uma paisagem pra você...



As borboletas

Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas.

Borboletas brancas
São alegres e francas.

Borboletas azuis
Gostam muito de luz.

As amarelinhas
São tão bonitinhas!

E as pretas, então...
Oh, que escuridão!


Vinícius de Moraes

O amor é...


O amor é

O amor é doce
O amor é meigo
O amor é aconchegante
O amor é delicioso
O amor é puro
O amor é dedicado
Antes de tudo
O amor é a essência
Do nosso viver

Violetta

Bem-te-vi


Bem-te-vi

Bem-te-vi!
Bem-te-vi!
Pia o pássaro
No alto do telhado
Grita ele
Acordem!
Acordem!
Venham ver o Sol
O céu azul lindo...
Mais um dia
De viver
Esta mágica
Deliciosa
Que é a vida.

Violetta

sexta-feira, 28 de março de 2008

Interior



"Conhece-te, aceita-te, supera-te." [ Santo Agostinho de Hipona ]

tempo II


"O tempo dirá tudo à posteridade. É um falador. Fala mesmo quando nada se pergunta." [ Eurípedes ]

Passagem para a Ìndia

Vida



Vida

Um ser
Da célula
nasce
Pelo sopro
Do ar
Que palpita
Em outro ser
Criado também
Por outra célula
Neste mundo
Que respira
palpita
E morre
Transformando,
Regenerando
Em novas
Células
Seres
Semelhantes
Criados
Neste círculo
Chamado
vida

Violetta

quarta-feira, 26 de março de 2008

Pequeno Chalé



Pequeno Chalé


Toda vez que passo em frente a ele sinto saudade de um tempo que não vivi,sinto o perfume do café quentinho,da carne assada fumegando no velho fogão e das vozes das mucamas a cantarolarem a melodia insinuante, enquanto lidam com os serviços domésticos.Vejo no topo da escada principal a moça com seu vestido azul claro e sua saia comprida,seu coque firme,preso por uma rede e nas mãos uma sombrinha delicada...o chalé amarelo,envelhecido pelas décadas,o jardim descuidado,a fonte dos bem-te-vis seca...mas ali na porta principal, a moça com seu vestido azul a olhar o horizonte observando o mar,ouvindo as ondas quebrarem...toda vez que ali passo uma dor saudosa me invade,será minha alma passada ou apenas uma doce ilusão ensolarada?


Chalé Pequenino

Pequenino
Amarelinho
Meu chalezinho
Assim te chamo
Com carinho
Em ti sonho
Viver
Num passado
Distante
Observando
O mar
Trazendo
Barcos pesqueiros
Moços brejeiros
Amores matreiros

Violetta

Drumond


Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem. A noite era quente e calma, e eu estava em minha cama, quando, sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor! Percebendo minha aparente indiferença,aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos.
Até nos mais íntimos lugares. Eu adormeci.
Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão.
Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite.
Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama, te esperar. Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força. Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos. Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo.
Só assim, livrar-me-ei de ti, pernilongo Filho da Puta!!!!
Carlos Drummond de Andrade

Lua Azul



Lua azul

Lá no alto
Enorme
Lua azulada
Pairando
Por sobre
O manto negro
Da noite
A rua brilha
Meus passos
Marcam o ritmo
Espero você...
Do alto
Da janela
A luz oscila
Você indiferente
Provocando
Ansiedade
Saudade
Desejo
Meus passos
Marcando
A dor
Da infinita
Espera
Do teu amor
Que nunca vem

Violetta

Carinho


Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...
Vinícius de Moraes

Música


A música é a linguagem dos espíritos.
Khalil Gibran

terça-feira, 25 de março de 2008

Cravo e Canela


Cravo e Canela

Doce sabor
Caramelado
Essência
Ativa o
Desejo
Por todo
Meu corpo
Um gosto
De pecado
Este teu
Cheiro
Esta pele
Trigueira

Atordoando
Meu peito
Que lateja
Em pensar
No teu leito
Que contém
Tuas coxas
Sem meus
Dedos a te
Perambular
Sem minha
Língua
A te consumir.

Violetta

segunda-feira, 24 de março de 2008

Outono



Outono

Folhas amareladas
Na calçada
Um suave
perfume dos frutos
Nos galhos
Pássaros gorjeando...
Dizendo baixinho
Teu nome
De repente
Sinto teu cheiro
Sensação dentro de mim
O vento sussurrando
Adeus!
Adeus!
Partistes
E nunca mais
Teu corpo
Sentirei
Novamente
Neste Outono

Violetta

Carmem Miranda

quinta-feira, 20 de março de 2008

Suave olhar


Suave olhar
Suave
Olhar
Castanho
Doce
Amável
Olhar
Cativando
Vem cá
Deixa em mim
Tua alma pura
Leva contigo
Minha vida impura

Violetta

Lugares


Lugares

Escuros
Sujos
Corruptos
Indecentes
Lugares
Por onde
Vagueiam
Os temores
Dos que
Sofrem
A dor
Da crueldade

Violetta

terça-feira, 18 de março de 2008

Quis Tanto


Quis tanto

Quis tanto
Fazer o bem
Sem perceber
Que de bem
Nada este
Mundo tem
Quis tanto dar
Carinho
Sem saber
Que afagos
Algum
O mundo faz
Quis tanto
dar a alegria
Sem perceber
Que de sorrisos
Nada é este mundo


Violetta

sábado, 15 de março de 2008

PensamentoIII



"Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela,mas há aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol."
Pablo Picasso

Abelardo e Heloísa


Abelardo e Heloísa

Descobriu-se o amor
Na calada da noite
O egoísmo cruel
De Tio Fulberto
Encarcerou a donzela
Entre choros e velas
A escrever bilhetes
De amor eterno
Combinando encontros
Nas sacristias
Deste puro sentimento
Nasce o fruto
Nem as núpcias furtivas
Protegem os amantes
Da vingança de Fulberto
Abelardo castrado
Heloísa no mosteiro
O amor aprisionado
Entre freiras e frades
Juras de fidelidade
Nas missivas diárias
O encontro do
Amor rebelde
De Heloísa
Com o amor
Cúmplice de Abelardo

Violetta

quinta-feira, 13 de março de 2008

Por ser....


"Por ser exato, o amor não cabe em si, Por ser encantado, o amor revela-se, Por ser amor, invade e fim." [ Djavan ]

Viajantes

quarta-feira, 12 de março de 2008

O que é o amor?


O amor

O que é o amor?
Imensa dor...
Um torpor....
Ou apenas
Uma loucura
De duas almas
Iludidas
Entre eternas ternuras?
Seria o amor
O veneno dos amantes,
O devaneio dos loucos,ou...
O pai da solidão?

Violetta

Ele


Ele

Ele chega
De repente
excitante

sorrindo
pronunciando
meu nome


aguçando
meus instintos
enlouquecendo
meus desejos

transformando
meus dias
em Sol
mar
e vento

inflamando
meu corpo
aprisionando
minha mente

perturbando
meus temores
espantando
minha solidão

Violetta

segunda-feira, 10 de março de 2008

Mulheres e seus Véus


Mulheres e seus véus

Andam apressadas estas mulheres
Nos pedregulhos das ruelas escorregadias
Levam consigo o receio e a angústia
Tristes almas impedidas de ver o Sol
Algemadas por seus senhores
Seguem elas assustadas
Sob o negro manto opressivo
Lindas mulheres que escondem seu sorriso
Carregam o olhar atento
de zelar por seus filhos
Oram elas por um dia
Todas lançarem o vôo da liberdade
Como libélulas na beira do mar
Bailando e morrendo ao entardecer

Violetta

domingo, 9 de março de 2008

O farol


O farol


Todas as noites
A piscar sua luz
Indicando local seguro
Aos navegantes
Fica ali o farol
Imenso ,silencioso
Testemunho da Lua
Sobre as espumas
Dos vagalhões
A salpicarem a base
Conduzindo os barcos
A uma rota livre
Dos perigosos recifes
Ele inerte,esconde
Em seu interior
Formosa moça
Que ora as estrelas
Por seu amado marinheiro

Navegante destes mares
Pede ela pela vida
E retorno rápido
Do senhor do seu coração



Violetta

Modigliani

A vida é uma comédia


A vida é uma comédia

Assisto um filme de Carlitos,divirtindo-me com seus trejeitos a zuar encantadoramente da ação dos indivíduos neste mundo injusto.Percebo que a vida tem seus momentos irônicos,cômicos e tristes,entretanto no final de tudo ,uma luz surge trazendo esperança de que o nosso desejo sempre se realizará,mesmo que custe por um bom tempo ou que alguns tentem impedi-lo.Lembro-me dos que não conseguiram por infelicidade do destino e reflito se de repente estava determinado a eles não obterem suas glórias simplesmente para nos ensinar o meio correto de direcionarmos nossos intentos e de como realizá-los.Portanto a vida não é um purgatótio,nem um paraíso,simplesmente ela é a cena de nossas tomadas de decisões,nossas escolhas as quais depois de certo tempo quando lembradas fazem-nos dar gostosas gargalhadas entre pequenas lágrimas a escorrer de nossas faces.



Carlito

De chapéu de coco
Bengalinha em punho
Vai o malandrinho
A passos tortos
Divertindo os espectadores
Do antigo cinematófrafo
Entre bengaladas e bigodadas
Critica a esnobe sociedade
Incitando o povo a autocrítica
Rir de suas penúrias
Delicioso malandrinho
Que faz divertir a todos
Indicando ao mundo
O quão ele é bobo
E cruel... perambula
Por toda a tela
Encantando a todos
Com seu ar de ironia bela

Violetta

Café


As horas e meu café

O ruído da chaleira anuncia que á água ferveu,a fumaça formando no ar as letras de teu nome,derramo na xícara o líquido quente e preto desta bebida que me aguça os sentidos,fecho os olhos e sorvo o café,sentindo o cheiro gostoso que inunda a cozinha.O relógio marca a hora exata daquela tarde,fecho mais uma vez os olhos e lembro do teu caminhar apressado,do teu virar de rosto e da tua boca a abrir um sorriso ao me ver naquela esquina.As horas param,sinto o teu perfume,ouço a tua voz,desejo a tua boca, preciso da tua pele..agora nesta hora de meu café vens novamente e te sorvo deliciosamente meu amor.


Meu café

Tu és o meu liquido
quente ,delicioso
Meu sabor do pecado
Esta pele morena
com aroma de amêndoa
Que aquece meu ventre

Meu sabor de veneno
Meu curare
Morro aos poucos
Em teus lábios
Ressuscito ligeiro
em teu membro

Violetta

Feiticeira


FEITICERA

Sou feiticeira da noite
E meu olhar se esconde
Todo meu corpo vibra
Ao toque de uma brisa
Sou serpente que caminha
Serpenteando tal qual dançarina

Encanto tuas noites
Você dá vida aos meus dias
Sou a feiticeira louca
Que beija a tua boca
E você sacia minha vida
Sou mulher, sou menina
Sou verdade sou mentira


Sou criança travessa
Que brinca com a vida
Hoje vou testar teus sentidos
Irei provocar teu libido
Sou feiticeira matreira
Que faz da noite uma dança
Brinque comigo nesta ciranda
Transforme teu eu também em criança

07.03.2008 21h57min

Gitana

Estrelinha


Estrelinha

Noite escura
Lá no Céu
Brilha atenta
Uma estrela
Observa os viventes
Aqui na Terra
Em seus anseios
Estrelinha esta
Num repente
Circula aos poucos
Pelo manto negro
Onde vais bela estrela?
Quem te guia?
O que levas?
Será nossos pedidos
Por paz?
Ou serão nossos
Sonhos em vão?

Violetta

Daquelas tardes


Daquelas tardes

Deslizava pela rua
Os patins a rodopiar
No preto e branco
Das calçadas.

Gritos e risadas
Brincadeiras trocadas
O cheirinho de bolo
Vindo das janelas
Pega-pega,
Esconde-esconde,
Bolinhas de gude,


Calçada riscada com giz
Pula - pula amarelinha!
Gostosas tardes ali na rua
Entre os cinamomos
E canteiros floridos
Daquela rua,
Daquelas tardes,
Pura inocência....


Violetta

Ella Fitzgerald

sábado, 8 de março de 2008

Lou_Salomé


Ouse, ouse... ouse tudo!!

Não tenha necessidade de nada!
Não tente adequar sua vida a modelos,
nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém.
Acredite: a vida lhe dará poucos presentes.
Se você quer uma vida, aprenda... a roubá-la!
Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer.
Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso:
algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!


— Lou-Salomé

sexta-feira, 7 de março de 2008

Viajar


Viajar

É preciso é preciso
Na mala colocar
Sonhos a realizar
Imagens a deslumbrar
Lugares a apreciar
Amores a conquistar
E a tudo saborear
Com intensa alegria
O prazer de viajar

Violetta

Tolinha


Tolinha

Moça bobinha que a todos ilude
Com sorrisos e meiguices
Pura fanfarronice!
Acaba por tornar
A outros sua imagem
De muita vaidade
E pouca luminosidade
Pobre moça que insiste
Em seduzir aquele
Que somente dela
Utiliza-se sem piedade
Zombando de sua
Tola infantilidade

Violetta

Minha mãe


Minha mãe

Pequenina e agitada
Caminha ela pela rua
A passos miudinhos
Determinada em proteger
Suas crias adoradas
Minha mãe bela
Minha doce amiga
Toda vez que te vejo
Meu coração bate feliz
Porque em teus pensamentos
Me faço presente
Pelo teu coração
Me sinto acariciada

Violetta

Florbela Espanca


Vaidade



A um grande poeta de Portugal



Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade !


Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo ! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade !
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita !


Sonho que sou Alguém cá neste mundo ...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada !


E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho ... E não sou nada! ...

quarta-feira, 5 de março de 2008

Caráter


Deixa o caráter ser formado pela poesia, fixado pelas leis do bom comportamento e aperfeiçoado pela música.
Confúcio

Pobre Reizinho


Pobre Reizinho

Perambula o pobre reizinho
Pelos corredores
De seu castelo a reinar
Entre ministros e bispos
Segue o reizinho a comandar
O território agora ocupado
Explorado e habitado
Por índios,negros e brancos
Todos obedecendo
Ao preocupado reizinho
Que ora vive indeciso
Por assim possuir
Tamanho país

Ora decide
Fazer deste novo lar
Sua fortaleza
E dela prontamente
Expulsar os piratas
Que insistem em saquear
Riquezas sem fim
Deste novo mundo
Agora protegido
E chamado pelo decidido reizinho
Assim com tanto zelo de
Meu Brasil!

Violetta

Chico e Djavan

terça-feira, 4 de março de 2008

Mário Quintana


Mário Quintana

Da Inquieta Esperança

Bem sabes Tu, Senhor, que o bem melhor é aquele

Que não passa, talvez, de um desejo ilusório.

Nunca me dê o Céu... quero é sonhar com ele

Na inquietação feliz do Purgatório.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Mulher que Sou


Mulher que sou

Sou menina
Sou adulta
Sou filha
Sou mãe
Sou esposa
Sou amante
Sou santa
Sou pecadora
Sou aquela
Que amamenta
Que acalenta
Que excita
Que incita
Sou chorona
Sou brigona
Sou muitas coisas
E nada sou
Simplesmente
Sou aquela
Que de uma costela
Vim a Terra
E desde então
Homem algum
Teve cautela
E me tornou
Sua musa bela

Violetta

Divagando


Divagando

A luz apagou,
a gasolina terminou,
a ffonte secou,
o papel queimou,
o mundo pirou,
e eu?
Eu aqui,
quieta,
só.
Só com meus pensamentos,
com meus anseios, com meus medos, com meus amores.
Só.
Só com minha vida,
doce vida?
apenas: vida.
Só com a lua.
Só: com você!

Andreia F.

domingo, 2 de março de 2008

Meu Mar


O Meu Mar

Possuo um mar
E toda vez
Que chego lá
Ele suavemente
Me recebe
Com sua espuma branquinha
A me banhar
E suas ondas brincalhonas
A me revirar
Me perguntando:
Por onde andas
Minha menina?
O que tens feito
Menina travessa?
No que divagas
Minha criança?

Em outra época
Mergulhavas em mim
Afoitamente
E colhias as conchinhas
Que eu ali depositava
Na fina areia
Por onde deitavas
A sentir o calor
Do Sol e a sonhar
Que um dia
Me navegarias
Num barquinho a vela
Descobrindo ilhas belas

Violetta

Insensatez


Insensatez

Porque meu Deus
Este ser chamando
Homem
Insiste em destruir
Com insensatez
Os pobres seres
Da natureza?

Porque meu Deus
Insiste esta criatura
egoísticamente
Explorar e torturar
Estes pobres
Denominados
Por ele assim
De animais?

Será meu Deus porque
Quer provar de vez
Que divino é?

Ou será pura
Demência de um ser
Que ainda não percebeu
Que deste mundo
Ele também nasceu?

E como estes
Indefesos animais
Ele também um dia
Poderá ser examinado
Torturado e explorado
Por um outro ser?

Violetta

É só poesia



É só poesia




Vens iluminado assim
Coberto de puro libido
Atiçando meus instintos

Vens puro mel
Aguçando minha boca

Vens todo Sol
Derretendo minha pele

Vens dedos e bocas
Endoidecendo o meu corpo

Vens cheio assim
De tanto desejo
Possuindo de vez
Todo o meu ser
Violetta

sábado, 1 de março de 2008

Dança I

Pensares


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Pensares

Quando te vejo
Assim tão quieto
Fico a pensar
Por onde
Vagueiam
Teus pensares

Será pelo mar?
Pelas montanhas?
Ou por alguma
Estrela solitária?

Será em algum lugar
Onde antes riamos
E nos amávamos
Entretidos entre
Riachos e arbustos ?

Por onde meu amor
Perambulas
Que me deixas aqui
Tão sozinha?

Ah! Meu amor!
Não sabes como
Queria tanto
Ser a reflexão
Deste teu pensar


Como dói
Não saber
Se em ti existo
Ou apenas sou
Uma leve lembrança
Daqueles dias
Que outrora
Nosso amor
Resplandecia

Violetta

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A Dança II


A Dança II

No salão os casais se unem
Deslizando sob o ritmo da valsa
Rodopiando pelo salão
Provocando reações
Estimulando sensações
A melodia transborda
Deixando no ar
Uma harmonia
Contagiante
Leques e arfar de saiotes
Cochichos e sorrisos
Afagos reservados
No salão os casais flutuam
Enquanto os amantes
Escondidos nos terraços
Trocam juras de amor

Teu jogo


Teu jogo

Palavras tolas dizes,
Desculpas falsas,
Justificam teus motivos
Pouco interessantes
A cutucar minha paciência
Me fazes rir....
Ah!!! Meu amor!
Teu jogo não me faz parecer tola
Tenho a carta que te deixará
Prisioneiro de meus desejos,
Marionete sobre minhas mãos
Obedecendo meus comandos,
Reverto este jogo e comemoro a vitória
Deliciosamente em tua boca

Violetta