sábado, 28 de maio de 2011
Descarte
Descarte...
Se pudesse descartar-me-ia desta máscara de ferro que aprisiona o meu pensar
Seria muito mais leve o meu fazer ,menos maçante o meu dizer , minha melodia seria de plena fluidez
Se pudesse realmente ser o que sempre fui escondida aqui dentro do meu viver
Muitos surpreenderiam
Outros negariam
Até medrariam
Se pudesse necessariamente
Revelar-me ,numa eclosão, tudo brilharia a essência luminosa
Destes meus dias num azulente estar-me
Menos lacrimoso
Mais sorrisos
Mais carinhos
Não devo contudo revelar-me
Sou como a borboleta
Vida curta
Liberdade fugidia
Sonho insano
Esvoaçante sobre as almas
Desprezantes deste meu cotidiano
mascarado de uma mesmice
de uma mesquinha forma de
não ser-me.....
Violetta
Ida rima com alegria
Uma onda
Imagem
Imagem:Casa de Cultura Mário Quintana ,Porto Alegre,R.S,Brasil
Imagem
Uma ruela
edifícios altos
anjos e demônios a espreitar na noite escura
vigiando calçadas estreitas ,pensamentos tacanhos
uma rua sem saída ,uma idéia perdida
uma voz abafada....
postes obscuros
percorrendo os pedregulhos
úmidos
soturnos
uma noite escura
escondendo a Lua
ofuscando estrelas
com seu denso sereno
a umedecer o meu olhar
lá no céu escuro
meu rogo
mude você
sua rua solitária
sua noite de outono
num ano futuro
numa cidade qualquer
de um país assinalado num mapa
amarelado na prateleira
de uma velha biblioteca
Violetta
Ela
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