terça-feira, 24 de agosto de 2010

Reflexão I







Reflexão I

Não quero amar...
pois isto dói
lacrimeja
saudade se instala
e uma ferida se
abre...
sangra a todo
momento
não quero amar
isto me deixa
cega
egocêntrica
obssessiva
quero sim
deixar-te livre
pois segues
feliz este teu andar
deixando-me a tua paz
certa que bem estás
isto quero muito
pois
sabendo-te livre então
te amarei cada segundo......

Violetta

Visita


Visita

Minúsculas patinhas
a pisotearem meu poeminha
cutucando antenamente minha rima
sacudindo-se a criaturinha
será que aceita?
será que oposita?
tremula o mosquitinho
frente a luminosidade
pequenina visita
a espreitar minha forma de ver
a clareza mundana.....

Violetta

Escorrências





Escorrências

Me habituei
como a chuva
cair e rolar
pelo solo de ladeira em ladeira
ao meu ritmo
escorrendo as transparências
umedecendo e
corrompendo as instâncias
sem preocupar-me com o bom olhar
ou o malfazer
natural vou-me deslizando
acostumei-me a surpreender
ora escorrendo em bueiros
ora em riachos límpidos
tão certa como
o mar
vou-me neste fluxo aguoso
ondinando as saliências
discrepâncias e outras tantas
ânsias...
onde quer que vá
levo o nada de se viver
e confluo o tudo de se perceber....

Violetta

Diletando





Diletando

Apaixono-me
distraidamente
ao observar
entoante
os acordes
da vida
Diletando-me
A cada
verdadeira forma
Da Arte
Exprimida
Pela natureza
Assim como a
Dos Homens
Misteriosa
De tornar-se
divina
num mundo
ardiloso
violento
e egoísta
adornado
por esta
singular beleza
do artista
a pincelar
esculpir
rimar
o que se passa
no profundo coração
da alma
dissoluta
contudo
humana.......


Violetta

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Heterogêneo


Heterogêneo

O meu olhar não é o teu
O meu falar não é idêntico ao teu
O meu querer não é igual ao teu.
Mesmo assim
nos encontramos
sentamos
e brindamos
esta peculiaridade
de sermos
tão heterogêneos
no bar da Vida.

Violetta

Musicidade


Musicidade

O acorde entoa
perambula em minha
mente
flutua até
o juízo do mais
implícito
cutuca o mais
recatado
e por fim
causa espasmo
na ponta do pé
do descaso.......

Violetta

considerações II


Considerações II

Uma vez de um gole esqueci
de outra a embriaguêz me trouxe
agora na abstinência me reencontro
nesta lerdeza de ter sempre que te
guardar naquele compartimento
chamado ausência.......

Violetta

Considerações I


Considerações I

Jamais me iludo com um elogio
tão pouco entrego-me a alheios sorrisos
porém aprisiono-me
ao doce olhar de um bichano
pois esta alma pura
simplesmente ama
algo realmente impossível
em se tratando de nós
humanos

Violetta

sábado, 14 de agosto de 2010

Poesia em homenagem ao Poeta Marçal Filho





As Gerais e seus Poetas

Rolantes pedras
Nos riachantes literários
das Gerais
Deslizam nos corações leitores
provocando a cada reentrância
sentimentos,esperanças
maravilhas das Gerais
ardoram amores e dores
recordam aromas e lágrimas
rolantes pedras das Gerais
matizam o esmero do garimpeiro
a extrair destas preciosas
esmeraldas,rubis,diamantes
a transparência lírica das Gerais.

Violetta

Tecidual





Tecidual

Recupero-me
Cuido das minhas dores
Qual animal atacado
O tempo me acode
Regenerando minhas células
Integrando-me ao círculo da vida

Violetta

Conformismo




Conformismo

Noite adentra
Na xícara fria
Preguiça aponta-me
E a Lua observante
Cutuca-me esta sina
De meu querer
Dentro do teu
Não querer-me

Violett

Portugal








Portugal
Figura lusitana
Ao olhar-te
Dá-me louca vontade
De pisar-te a terra antiga
Escorrer pelas mãos as lidas
Das lavadeiras do Tejo
Ouvir teu vento
Sentir teu cheiro
Amar teus amores
Visionar
Teus bravos guerreiros
A lutar contra mouros
Cantarolando
Teu fado
Sonho-te
Navegar-te como Cabral
Descobrir-te
Nativo
Selvagem
Bárbaro
Único

Violetta

Poesia Poetante


Poesia poetante
submerge no escuro do inconsciente
flutua nestas águas bravias
do desconhecido e volta límpida
e requerente
de ávidos leitores.


Violetta