quinta-feira, 31 de julho de 2008
Basilina Pereira
O TEMPO DE CADA UM
Há o tempo de germinar e nascer,
contar estrelas até o amanhecer,
sair da casca, vencer o sol e buscar
um grão de lua neste universo sem par.
Há o tempo de ser rosa e encantar,
atrair os beija-flores pra bailar,
em seguida, ser a chuva no jardim
e desenhar um arco-íris sem fim.
Há o tempo de ser o toque da brisa
e afagar o coração de quem precisa,
contagiar-se com perfume do jasmim
e espalhar aos homens mesmo assim.
Há o tempo de ser estrela e brilhar,
correr atrás do sonho até chegar,
depois plantar a noite num sorriso
às margens do caminho mais preciso.
Há o tempo de ser nuvem e novelo,
metamorfoses sem raízes, só desvelo,
a fluidez é onda ao sabor do vento
que logo passa e nunca deixa lamento.
Há o tempo de ter calma e esperar
que a ferida cicatrize, devagar,
pra depois voltar a ser vitrine
e assegurar que amor nunca termine.
Ao final , existe o tempo de partir,
nada é seguro se não há pra onde ir,
tudo se aprende e também muito se ensina
tempo vivido é Fênix, nunca termina.
Basilina Pereira
Historinha
Historinha
Pela estrada á fora
Ela vai sorridente
Lembrando feliz
Daquele beijo
O caminho é suave
O destino de flores
E dali por certo
Se vão os temores
Pela estrada a fora
Ela vai sonhando
Com deliciosas promessas
E carícias lascivas
O caminho é duvidoso
O destino é incerto
Por ali por perto
está o oportunista
Pela estrada a fora
Ela vai toda esperança
Que daquela noite
Tudo floresça
O caminho é sinuoso
O destino obscuro
Por ali por perto
Vive o dilema
Pela estrada a fora
Ela vai cabisbaixa
Escorrendo lágrimas
Pelo caminho doído
Seu destino uma lástima
Por ali por perto
Habita a mágoa
Violetta
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Um amor
Um amor
Ternos amantes
Em seu doce momento
Felizes em seus sonhos
Deliciosos beijos
Corpos ardentes
Ah! Um amor...
Assim tão lindos
Viviam os instantes
Mas de repente
O carinho tornou-se mágoa
Os beijos viraram farpas
O desejo .....puro asco
E as horas azuis
Surgiram negras
E o amor?Ah...este....
Virou terror!
Violetta
Brejeirice
Brejeirice
Percorro meus caminhos
Vejo o torto sorrindo
O certo tristonho
Saltitando ,cantarolo
Esquecendo devaneios, estes puros medos
Nesta brejeirice sigo
Tão pouco ouço as reclamações alheias
saboreio o ritmo de minha maluquice
Se irei me machucar?
Somente saberei a dor
Quando ela chegar
Enquanto isto... sou brejeirice
Violetta
Pedido
A espera
domingo, 27 de julho de 2008
Na fonte
Cecília Meireles
É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.
É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.
O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.
O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.
Cecília Meireles
Cora Coralina
Aninha e suas pedras
Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.
Cora Coralina (Outubro, 1981)
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Rimas
Meu amor em pedaços
Meu amor em pedaços
Ela com seu batom vermelho
Olhando firme meu retrato
Será a decisão certa?
Qual será o resultado?
Seus dedos suaves contornam minha face
Estarei eu perdoado?
Num repente ela me lança no sofá
Creio estar condenado....
Acende o cigarro,e cantarola baixinho
Será a nossa canção?
AH!Segundos de pura aflição....
E assim,tão calmamente
Arranca-me da moldura
Olha-me determinada
Rasgando o meu amor em pedaços.
Violetta
domingo, 20 de julho de 2008
Carta a um amigo
Carta a um amigo
Querido amigo
Hoje acordei pensando em você.lembrei do tempo de nossas risadas,nossas conversas.
Bateu uma saudade daqueles momentos,onde dividíamos as horas trocando confidências e planejando o futuro.
Por onde andas meu amigo?
Como estás meu companheiro?
Ainda lembras de mim?
Desculpe a longa ausência ,mas é esta rotina que me rouba de você....
Saiba que sempre recordo de nossa amizade com carinho e oro por você ,peço a Deus que te ilumine e que teus caminhos sejam de bons encontros.
Ah! Meu amigo,um dia quem sabe a gente se encontre,e daí talvez me aches velha,rabugenta,mas ainda sou a mesma...ainda trago nos olhos aquele brilho,aquela inocência,apesar das lições da vida...
Quando nos vermos,iremos matar as saudades,repassando nossas aventuras e desventuras entre lágrimas e risadas.
Um grande abraço meu parceiro,um grande beijo neste coração e nunca esqueça...você mora no meu coração....
Violetta
sábado, 12 de julho de 2008
Luz do Sol
Luz do Sol
Radiante luz que entra pela janela
Despertando meus pensamentos
Ilumina minha alma
Afasta o breu que tanto me assusta
Acompanha minha caminhada
Desinfetando as maldições lançadas
Ah!!Luz do Sol, alaranjada,avermelhada o que importa?!
Aquece minha morada,
Alegra meu espírito,
Provoca o brilho dos meus olhos
Abre meu sorriso,
Purificando todo o meu ser
Violetta
Sacioso Desejo
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Alma Afligida
Tempos tristes
Tempos tristes
Como é triste meu Deus
Este tempo cruel
Mágoa que arde no peito destes seres
Será porque esqueceram de rezar meu Senhor?
Ou é a pura fealdade de suas mentes
Que insiste em ameaçar os pensamentos
Daqueles que de bem só vivem
Ah queria muito isto mudar,
mover para sempre a dor
Secar as lágrimas
Apagar de vez o ódio
Será Senhor que um dia
Nestes corações habitará
A pura felicidade de te amar?
Violetta
domingo, 6 de julho de 2008
As moças
Uma carta de amor
Uma carta de amor
Rascunho as frases
Risco e rabisco
Entre saudade e lágrimas
Vou escrevendo
Esta carta meu amor
Se irás ler não sei
Apenas preciso
Registrar o que sinto
Amor,carinho e saudade
Meu amor...
Em minhas letras
Vai todo o sentimento
Terno e doce
Se irás receber,não sei
Somente necessito
Enviar o que em meu coração
Se passa...
Quem sabe ao leres
Lembrarás dos momentos
Que fomos felizes
Dos nossos beijos
Do nosso amor
Violetta
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Noite de chuva
Gostoso sabor
Mudança
Fernanda de Castro
Uma fonte, uma asa
Os anos passam… Já vai sendo tempo
De pensar na Viagem.
Irei bem ou enganei-me? Este caminho
É verdade ou miragem?
Procuro em vão sinais. Em vão persigo
As horas silenciosas.
De olhos abertos, cega, vou andando
Sobre espinhos e rosas.
Errada ou certa é longa a caminhada,
Longo o deserto em brasa.
Ah, não fora, Senhor, esta esperança
De uma fonte, uma asa!
Fonte, Senhor, que mate a longa sede
Desta longa subida.
Asa que ampare o derradeiro passo
No limite da vida.
Ah, Senhor, que mesquinhas as palavras!
Vida ou morte, que importa?
Para entrar e sair a porta é a mesma:
Senhor, abre-me a porta!
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