quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Solitária Princesa





Solitária princesa
Em sua torre escura
A lembrar....
Saudosa daquele
Que outrora lhe amou
Agora....só a esperança
O tempo parou
As horas esquecidas
Saudosa princesa
Triste em sua cela
Somente lhe resta
O Sol e a Lua

Violetta

Beija-flor


Beija-flor

Belo beija-flor
Pudera eu te pegar
Te daria ao meu bem
Serias mimo
Um carinho
Um tesouro
Belo beija-flor
Teu vôo me eleva
Embriagando meu amor
Ave sublime
Te farei presente rico
Ao meu bem
que tanto palpito

Violetta

Casimiro de Abreu


VIOLETA...

Sempre teu lábio severo
Me chama de borboleta!
- Se eu deixo as rosas do prado
É só por ti - violeta!

Tu és formosa e modesta,
As outras são tão vaidosas!
Embora vivas na sombra
Amo-te mais do que às rosas.

A borboleta travessa
Vive de sol e de flores.
- Eu quero o sol de teus olhos,
O néctar dos teus amores!

Cativo de teu perfume
Não mais serei borboleta;
- Deixa eu dormir no teu seio,
Dá-me o teu mel - violeta

(Casimiro de Abreu)

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Singrando


Singrando


Singrando eu vou
Ao sabor do vento
Ao sabor das ondas
Singrando eu vou
Sentindo a brisa
Deslizando na espuma
Invadindo o azul
Singrando eu vou
Ao som da música
Ao som do vento
Ao som do mar

Violetta

Um amor que nunca foi


Um amor que nunca foi

Naquele corredor
Seus olhares se trocaram
Naquele intervalo
Se descobriram
Mas o orgulho e a indecisão
Separam para sempre aqueles corações
Agora só resta a lembrança
De um amor que nunca foi
Violetta

Tijoletas


Tijoletas

Nas tijoletas escuras
surgiam aqueles riscos
o giz contornando
minha brincadeira
naquelas tardes
sobre o cinza do chão
alegres saltos
de uma pura inocência
rolando entre pedrinhas
despertando sorrisos
sobre as tijoletas

Violetta

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Pedido


Pedido

Uma vez fui até o Céu
Lá chegando encontrei-me com um anjo
Pedi a ele paz aqui na Terra
Ele me respondeu:
Pra que paz se os homens não sabem perdoar ,acarinhar ,valorizar?
Triste retornei e percebi que o anjo tinha razão....
Olhei o céu e pedi baixinho.....
Daí tempo pra que possamos aprender a sorrir,acarinhar e amar as pequenas coisas deste mundo....
E o anjo respondeu-me :o tempo vocês já o tem,só falta a vontade .

Violetta

Baile de Carnaval


Baile de Carnaval

Naquele baile se conheceram
Ao som das marchinhas se enamoraram
Entre serpentinas e confetes
A paixão ardeu
No trocar de sorrisos aconteceu....
E de seus corpos suados
O amor eterno tornou-se

Companheiros por toda a vida o são
Daquele amor dois frutos brotaram
A cada baile
Entre marchinhas e apitos
O amor renova-se
São os dois frutos
Que a cada baile
Perpetuam o amor
Da Colombina e do Pierrot

Violetta

Um cantinho qualquer



Um cantinho qualquer

Queria um cantinho qualquer
Um aconchego
Em segredo
Queria apenas estar
Sem apuros
Sem medo
Sem pressa
Queria uma hora,um minuto ,segundo apenas
Esquecida,invisível
Queria muito mudar
Esquecer e dissolver
Meus dissabores..
Não sou dona do destino
Somente observo
Sonho aqui ,talvez um dia
Encontrar meu cantinho
E dali furtiva observar
Destinos alheios

Violetta

Eu e minha solidão


Eu e minha solidão

No azul da noite
Sigo meu pensar
Num flutuar assim gostoso
Sob as estrelas
Traço um sorriso cúmplice
Delicioso momento este
Longe de tudo
Só eu e minha solidão
Sorrindo pela noite
Num aroma almiscareiro

Ah! Ninguém sente agora
O que percebo....
Apenas eu e minha solidão
Alegre,perambulo sob o luar
Cantarolando minha doce existência
Nesta noite azul
Minha alma plena
Goza horas sublimes
Eu e minha solidão

Violetta

A Preto e Branco

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Meu pai


Meu pai

Saudades de ti meu pai
Saudades dos teus óculos
Do teu olhar
Da tua voz
Saudades daquelas reclamações
Das risadas e dos almoços
Agora meu pai
Só tenho a lembrança
Que escorre em minha face
Provocando esta dorzinha
Em meu coração
Que palpita e pede
Um dia quem sabe
Eu ouça de ti
Filha .......

Violetta

sábado, 2 de agosto de 2008

Pablo Neruda


Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

Alphonsus de Guimaraens


Ismália», de Alphonsus de Guimaraens


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...